terça-feira, 27 de outubro de 2009

Perspectivismo, rituais e canibalismo

Na discussão do ritual da tucandira entre os Sateré-Mawé surgiu o tema do perspectivismo de Viveiros de Castro e os principais componentes desta perspectiva teórica: a construção dos corpos nos rituais; o parentesco -dravidianato-; a relação entre natureza/cultura/sobrenatural ou bichos/homens/seres-não-humanos; a transformação e a caça como valores centrais das culturas indígenas das terras baixas; o canibalismo.

Este tema, histórico e projetado ao plano mítico nos grupos atuais foi um dos que mobilizaram o interesse  dos alunos de antropologia da saúde. Disponibilizo o video editado a partir do relato e das gravuras de Hans Satden.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Projetos

O projeto é um estilo específico. Tem que ser propositivo, escrito em tempo verbal potencial. Eu faria. Todo projeto tem que dar conta das cinco questões básicas: o que, como, quem, onde e quando. O que é de soma importância, é a construção do problema, o como a metodologia e o quem, onde e quando se referem ao grupo, local de pesquisa período de trabalho de campo e trabalho de gabinete. Se o problema teórico está bem construído, ele resistirá a uma mudança do grupo ou de local de pesquisa. Estas cinco questões básicas, envolvem, cada uma delas, literaturas específicas.
O primeiro passo para a construção de um projeto e a pesquisa bibliográfica. Fazer uma pesquisa de autores que podem ser potencialmente utilizados. Com essas referências bibliográficas em mão, o segundo passo é a sistematização da bibliografia. Agrupas esses diversos autores e escrever parágrafos densos, carregados de referências bibliográficas. Projeto não é local para citação textual. O autor é você e tem que expressar com suas palavras uma síntese do pensamento dos autores, relacioná-los, citá-los como símbolos onde a menção da obra supõe o conhecimento dos conceitos desenvolvidos pelo autor. Agora você é o autor e o problema teórico se constrói em diálogo com outros autores.
Nota de roda-pé. “Se é importante tem que estar no texto, se não é importante, não deve estar”.
O primeiro parágrafo é fundamental. Ele tem que apresentar, de forma sintética, as questões desenvolvidas no texto. É o último a ser escrito, porque supõe o conhecimento do percurso analítico desenvolvido no texto. Por outro lado, lembre, seu texto cairá nas mãos de um avaliador, um leitor cansado, que tem uma pilha de projetos para ler. Você deve cativar o leitor, fisgar sua atenção, fazer com que ele se interesse e se lembre do seu projeto.
Os projetos não costumam ser publicados, muitas vezes porque os resultados costumam ser diferentes que os dados previstos inicialmente, antes de realizar o trabalho de campo. A modo de referência disponibilizo para os alunos um par de projetos realizados. Um deles, sintético, foi o guia da pesquisa com os Sateré-Mawé, o outro foi inicialmente pensado para ser executado na fronteira norte, mas terminou servindo de guia para uma pesquisa na fronteira sul. Quando o problema teórico está bem amarrado, pode mudar o local de pesquisa, o grupo, mas a questão teórico permanece em pé.

Etno-políticas Sateré-Mawé: da moral tradicional à ética transnacional
Brasileiros na Guiana Francesa: migrantes nas fronteiras da União Européia

O macaco, o alucinógeno e o símbolo - Da Matta e Victor Turner

Todo bom antropólogo é também escritor. No caso de Da Matta, soma-se um magnifico senso do humor. O humor é uma das dimensões mais complexas do simbólico. Como a metáfora, o humor envolve diversos pólos de sentido. Quando se entende o humor de outra cultura é porque se conhecem as conexões entre esses pólos de sentido. No caso de Da Matta, ele consegue realizar esse jogo no interior da cultura antropológica. Ontem à noite, procurando material sobre Victor Turner me deparei com esta genial coluna de Da Matta.



Link para a coluna de Da Matta

domingo, 18 de outubro de 2009

Antropologia da saúde - Rituais e construção dos corpos nas sociedades indígenas

As discussões se entrelaçam. As discussões teóricas sobre ritual e as discussões mais centradas nos corpos na antropologia da saúde. A continuação os links para os trabalhos a ser discutidos na próxima aula. Um deles, um clássico da etnografia brasileira, um artigo assinado por Seeger, Da Matta e Viveiros de Castro sobre a noção de pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Uma das idéias centrais do artigo é como as sociedades indígenas constroem os corpos nos rituais, literalmente. O outro trabalho, sobre o ritual da Tucandira, foi produto da minha pesquisa junto aos Sateré-Mawé.
No filme se encontra a explicação de um dos cantos do ritual da Tucandira e se apresenta, de forma sintética o ritual. Na sala de aula analisaremos cantos da origem, cantos da guerra e cantos da guerra contra o branco.

Anthony Seeger, Roberto da Matta, E.B. Viveiros de Castro "A Construção da Pessoa nas Sociedades Indígenas Brasileiras" In: Oliveira Filho, João Pacheco (Org.) Sociedades indígenas e indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UERJ: Marco Zero.





quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Victor Turner - A Floresta dos símbolos

Seguem as apresentações dos textos de Victor Turner discutidos na sala de aula. Nestas apresentações uma sintese dos principais temas abordados pelo autor no cap. sobre símbolos rituais e suas características, assim como as notas sobre o capítulo dedicado à liminaridade e suas propriedades simbólicas.

Os símbolos rituais, suas principais características na análise de Victor Turner


A Floresta dos símbolos – Victor Turner


A seguir as notas sobre  liminaridade e as características dos símbolos dominantes nesses períodos do ritual

A Floresta dos símbolos – liminaridade Victor Turner

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Acervo de Bronislaw Malinowski na London School




A London School of Economics and Political Science mantem o arquivo de Malinowski online. Destaque para a pasta Malimowski/S3 que contem um acervo com mais de 1.000 fotografias de Malinowski do período de trabalho de campo nas Trobiands.

Link para o acervo