terça-feira, 15 de dezembro de 2009

27a Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) – Belém - CULTURA, IDENTIDADE E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS ENTRE FRONTEIRAS




Convocatória de resumos para o Grupo de Trabalho:

CULTURA, IDENTIDADE E TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS ENTRE FRONTEIRAS


 Reunião Brasileira de Antropologia (RBA) – Belém
Brasil Plural: Conhecimentos, Saberes Tradicionais e Direitos à Diversidade
01 a 04 de agosto de 2010, Belém - PA

COORDENADORES: CRISTHIAN TEOFILO DA SILVA E GABRIEL OMAR ALVAREZ

DEBATEDORA: MIREYA SUÁREZ
Proposta:
O grupo de trabalho promoverá a discussão comparada e interdisciplinar de resultados de pesquisa sobre relações interétnicas, interculturais, interregionais, internacionais e interestatais a partir das fronteiras, imaginadas ou concretas, do continente americano. Temas relacionados à identidade, etnicidade e nacionalidade serão considerados à luz de práticas identitárias que assumem diversas formas de expressão como estratégias de acomodação ou transformação social, por exemplo: mimetização, intercasamentos, manipulação de identidades, resistência cultural, luta por reconhecimento, mobilização política, conflito, violência etc. Os trabalhos deverão partir do uso das fronteiras como noção para representar o caráter dinâmico de limites simbolicamente produzidos e mantidos entre identidades, ideologias, culturas, cosmologias e temporalidades; ou como lugares concretos de contato, mistura ou diferenciação entre grupos étnicos, estados nacionais, frentes de expansão, blocos econômicos, áreas culturais, ambientes naturais, paisagens etc. O GT compreenderá a "fronteira" como uma categoria analítica para a elucidação de dicotomias operativas de ordenamento, reordenamento e transformação social de culturas e identidades no mundo contemporâneo e como uma categoria do pensamento, que se manifesta de fromas diferentes nos diversos grupos.

O resumo contendo:

1) Título da apresentação
2) Nome do autor, da autora ou dos autores
3) Instituição do autor, da autora ou dos autores. Também será aceita a auto-identificação como "pesquisador independente"
4) E-mail para contato
5) Resumo da comunicação entre 300 e 400 palavras, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples
6) Informar se é: Associado da 
ABA ou se é orientado por Associado da ABA (com nome do orientador)

O resumo deverá ser enviado para: 
cteofilodasilva@gmail.com e gabriel.o.alvarez@gmail.com

Obs: O formato dos resumos poderão ser adequados às indicações da Comissão Organizadora da 27ª RBA. As orientações acima visam apenas acelerar o processo de divulgação do 
GT, de modo a viabilizar o planejamento e participação do maior número de interessados.

A inclusão dos Grupos de Trabalho na programação final dependerá do número de trabalhos inscritos e selecionados para compor sua programação. Os GTs ocorrerão em no máximo três sessões, com cinco apresentações orais por sessão, totalizando 15 propostas. Os Gts que trabalham com temáticas emergentes, que não atinjam número suficiente de participantes para funcionar como um 
GT, poderão – a critério da diretoria da ABA - ser transformados em Fóruns de Pesquisa, devendo ter apenas uma sessão com apresentação de até cinco trabalhos. Para o GT, os estudantes de graduação podem apresentar trabalhos em formato de painéis que serão expostos na sala dos grupos em número de até cinco painéis.
A inscrição de resumos de apresentação oral e painel nos Grupos de Trabalho será aberta, posteriormente, e informada pelo site da
ABA e informativo eletrônico. Os associados da ABA terão prioridade na seleção de trabalhos para os GTs, que deverão ser compostos por, no mínimo, 80% de associados com apresentações orais. A mesma proporção se aplica ao percentual de orientandos de associados na apresentação de paíneis. Para se filiar à ABA, acesse o link “Associe-se” do site www.abant.org.br.
Contamos com a colaboração de todos.

Cristhian Teofilo da Silva
Gabriel Omar Alvarez
Mireya Suárez

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Antropologia Visual

Acaba-se o semestre. Agradeço aos alunos e aos leitores do blog dispersos pelo mundo. A última unidade do curso Método Etnográfico é sobre Antropologia Visual. Segue o link para o texto a ser discutido na aula da terça "Tradição, Política e o Vídeo como Metodologia". Tratá-se do último capítulo do livro Satereria: Tradição e Política (Manaus: Valer). No mesmo discuto o vídeo na pesquisa participante e assinalo seu papel numa antropologia reflexiva, que incorpora as reflexões geradas pela apresentação dos materiais em vídeo ao grupo.  

Alvarez, Gabriel, 2009. "Tradição Política e o Vídeo como Metodologia" in Satereria Tradição e Política Sateré-Mawé. Manaus: Valer Editora

Finalizamos o semestre na UFG e agradeço os mais de 660 acessos, dos alunos e dos leitores ao longo do cyberespaço.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Xamanismo, alucinogenos e perspectivismo: Carlos Castaneda e Eduardo Viveiros de Castro

No nosso último encontro com a turma de antropologia da saúde discutiremos o xamanismo, forma tradicional de cura em diversas culturas, da Sibéria ao Amazonas, com escala no México. Compreender o xamanismo implica levar a serio a cosmologia tradicional dos diversos grupo. Um universo não ocidental, onde a relação entre natureza e cultura se apresenta de forma complexa, e inclui uma outra dimensão, os seres não humanos. Os alucinógenos se apresentam como médio tradicional para aceder a outro ponto de vista, para transformar o xamã, segmentar a consciência e interagir eficazmente com os seres não-humanos.

Abordaremos dois autores. Carlos Castaneda, um antropólogo maldito que se transformou em best-seller e driblou papparazis. Outro Viveiros de Castro, com seu Perspectivismo Amazônico que explora a subjetividade indígena, ontologicamente diferente.

Link com os textos para a aula


Carlos Castaneda, A Erva do Diabo, Record: Rio de Janeiro

A versão em espanhol está melor escaneada

Las enseñansas de Don Juan


Documentário da BBC sobre Carlos Castaneda




Acerca do xamanismo no Amazonas e o perspectivismo indígena

Viveiros de Castro, 2002. "Perspectivismo e multinaturalismo na América Indígena", A inconstância da alma Selvagem, São Paulo: Cosac & Naif .

Para finalizar um texto de Manuela Carneira da Cunha

Carneiro da Cunha, Manuela, 1998. "Pontos de vista sobre a Floresta Amazônica: xamanismo e tradução" in Mana, 4 (1): 7-22.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mercosul Ritual

Na aula de hoje será discutido o artigo Espaço Público Ritual do Mercosul. Uma síntese da minha tese de doutoramento, produto das minhas preocupações com a regionalização e em diálogo com os trabalhos de Gustavo Lins Ribeiro sobre globalização. As hipótese que orientaram esta pesquisa multilocal foram que para entender o Mercosul tinha que centrar minha etnografia nos ideólogos do processo de integração: políticos e diplomatas. O Mercosul, foi hipoteticamente concebido como um espaço público, no sentido habermassiano do termo. A pesquisa empírica mostrou que os rituais, um poderoso aparelho comunicacional banhava de sentido o espaço comunicacional.  




Alvarez, Gabriel O. 2002. “Espaço público ritual do Mercosul”. In: Alejandro Frigerio; Gustavo Lins Ribeiro. (Org.). Argentinos e Brasileiros. Encontros, imagens e estereótipos. Rio de Janeiro: Petrópolis,  p. 135-160.



Mercosul Ritual



Como bibliografia complementar agrego os links para a dissertação de Mestrado onde problematizo o Mercosul como um discurso de verdade, numa perspectiva Foucaultiana e a tese de doutorado na integra.

ALVAREZ, Gabriel Omar. Los Límites de lo Transnacional: brasil y Mercosur. Una aproximación antropológica a los procesos de integración. 1996.




Alvarez, Gabriel Omar, 2000. Mercosul Ritual. Tese de Doutorado. PPGAS/DAN/ICS/UnB.

Eric Wolf e Gustavo Lins Ribeiro

Nas últimas aulas de O Método Etnográfico trabalhamos trabalhamos as abordagens desenvolvidad por Eric Wolf e por Gustavo Lins Ribeiro. Wolf, com seu aporte teórico de influencia marxiana e suas preocupações com a questão nacional, a questão camponesa, e a expansão do capital fixando povos a territórios num sistema mundial segmentado etnicamente e hierarquicamente ordenado. Do Gustavo discutimos três textos que representam momentos diferentes do seu percurso acadêmico. Um deles, "bichos de obra" focaliza nos habitantes dos grandes projetos como uma população transnacional e o efeitos esta dimensão sobre as identidades, a fragmentação e posta em xeque da lógica das identidades. No trabalho "a condição da transnacionalidade" apresenta as mudanças estruturais que permitiram a configuração atual da transnacionalidade, uma aprenssão de um fenômeno desterritorializado que condiciona a sociedade contemporânea. Em Post-imperialismos, um texto que remonta o comopolitismo aos gregos a assinala a existencia histórica de diversas cosmopolíticas. O trabalho assinala uma globalização de mão dupla, por um lado das elites do imperio e por outro uma globalização popular, criada por marinheiros, comerciantes e prostitutas.

Seguem alguns links para trabalhos on-line de Gustavo Lins Ribeiro, inclussive uma entrevista com Eric Wolf

RIBEIRO, Gustavo Lins. Ambientalismo e Desenvolvimento Sustentado. Nova Ideologia/Utopia do Desenvolvimento, 1992. Republicado em Ciência da Informação 21(1): 23-31, jan/abr, 1992. Também emCaderno de Pesquisa do ISER, Rio de Janeiro, 1993.  

RIBEIRO, Gustavo Lins. Ser e Não Ser. Explorando Fragmentos e Paradoxos das Fronteiras da Cultura, 1993. Republicado In Cláudia Fonseca (org.), Fronteiras da Cultura. Horizontes e Territórios da Antropologia na América Latina, pp. 9-21, Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1993.


 RIBEIRO, Gustavo Lins. Imobilização e Dispersão da Força de Trabalho. Considerações sobre os modos de expansão concentrada e difusa. 1994. Republicado em Revista Humanidades, Vol. 41, pp. 24-31. Brasília: EDUnB, 1997. Também em A Questão Energética na Amazônia, pp. 349-359. Belém: UFPa, 1996.


 RIBEIRO, Gustavo Lins. Internet e a Emergência da Comunidade Imaginada Transnacional. 1995. Republicado em Revista Sociedade e Estado, vol. 10, pp. 181-191. Brasília: Departamento de Sociologia da UnB, 1995. Republicado em Anais do 6º Colóquio UERJ - Intersecções: A Materialidade da Comunicação, pp. 119-133, Rio de Janeiro: Imago/EDUERJ, 1998.


 RIBEIRO, Gustavo Lins. Globalización y Transnacionalización: Perspectivas Antropologicas y Latinoamericanas. 1996. Republicado em Maguare - Revista del Departamento de Antropologia, Vol. 11-12, pp. 41-57. Santa Fé de Bogotá: Imprenta Universidad Nacional de Colombia, 1996. 


 RIBEIRO, Gustavo Lins. Cultura, Ideologia, Poder e o Futuro da Antropologia. Conversando com Eric R. Wolf. 1997. Republicado em Mana (4):1, pp. 153-163. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998.


 RIBEIRO, Gustavo Lins. A Condição da Transnacionalidade. 1997. Republicado em Revista Brasiliense de Políticas Comparadas, Vol. III n. 1, pp. 117-146, 1999. 


RIBEIRO, Gustavo Lins. Tecnotopia versus Tecnofobia. O Mal-Estar no Século XXI. 1999. Republicado emHumanidades, Vol. 45, pp. 76-87. Brasília: EDUnB, 1999.


RIBEIRO, Gustavo Lins. Post-Imperialismo. Para una discusión después del post-colonialismo y del multiculturalismo. 2000. Republicado em Daniel Mato (Org.) Estudios Latinoamericanos sobre Cultura y Transformaciones Sociales en Tiempos de Globalización. Buenos Aires: CLACSO, 2001. 


RIBEIRO, Gustavo Lins e FELDMAN-BIANCO, Bela. Antropologia e Poder: Contribuições de Eric Wolf. 2003. Republicado em Revista Etnográfica: Revista do Centro de Estudos de Antropologia Social, Vol. VII, n. 2, pp. 245-281, 2003.


RIBEIRO, Gustavo Lins. Antropologias Mundiais: Cosmopolíticas, Poder e Teoria em Antropologia. 2005


RIBEIRO, Gustavo Lins. O Mestiço no Armário e o Triângulo Negro no Atlântico. Para um Multiculturalismo Híbrido. 2006.


RIBEIRO, Gustavo Lins. El Sistema Mundial No-Hegemónico y la Globalización Popular. 2007.


RIBEIRO, Gustavo Lins. Otras Globalizaciones. Procesos y agentes alter-nativos transnacionales. 2009.